terça-feira, 11 de agosto de 2009

Amores Clandestinos




Na voluptuosidade de um poeta
Que está sempre a amar uma mulher,
Ele sempre encontra uma porta aberta
E tem sempre a mulher que deseja e quer.

Seus desejos nem sempre são decentes,
Muitas vezes são paixões de um momento,
Ele evita amar aquela jovem inocente
Apenas pelo medo de pensar em casamento.

Muito embora o prazer do desvirginar seja quente,
O poeta trata a mulher com todo o respeito,
E no clímax da paixão antes que o hímen se arrebente,
Ele abraça fortemente a mulher contra seu peito.

Algumas paixões são anônimas, não têm nome;
Uma tarde ou uma noite de um tórrido amor,
É tudo o que resta depois que o poeta some,
Uma lembrança nem sempre triste e nenhuma dor.

Acontece sempre entre amores comprometidos,
Mas não se pode chamar a isso de traição
Mesmo que os casais se encontrem escondidos,
Percebe-se o amor brotando de cada coração.
Ah o amor proibido que delícia que ele é,
Corpos que se amassam e juntos transpiram,
Em beijos ardentes com sabor de café,
E corações fumegantes que apenas suspiram.

Quando chega a hora da triste despedida,
Cada um seguindo para seu próprio lado
A mulher indo só, satisfeita, mas sentida,
E o homem seguindo triste e calado.

Cada um segue seu próprio caminho
E logo mais estarão em braços diferentes,
Talvez nessa hora preferissem estar sozinhos,
Mas a vida de cada um tem que seguir em frente.

Não poder carregar na carteira um retrato,
Guardar o rosto amado apenas na mente,
Isso é que transforma o amante de fato
Em pessoa triste apesar de todo amor que sente.

E no retorno à cruel realidade da vida,
Carregando no peito a dor do sacrifício,
Ter que viver a grande paixão escondida,
E torcer pra que a saudade não vire um suplício.

Ivan Jubert Guimarães

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